segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Diga, parte 2


   É tão complicado olhar para o lado e ver que anos se passaram. É complicado - e dói demais - ver que tudo mudou. Da água pro vinho. Quem era você até me encontrar? Se agora és diferente, o que eu fiz que te fez mudar? Eu lembro dos lábios tremendo ao dizer "eu não vivo sem você".
   
Desejar que tudo volte ao normal, é o nosso pedido de cada dia, de cada noite, de cada reza. De cada pensamento antes de dormir. De cada olhar cruzado. De cada palavra dita. Me diz, se por um segundo quiseste me ver feliz, ou se és meu destino tentando me dar outra lição.
   É ainda mais complicado enxergar, que quem principalmente mudou, foi você - o jeito de pensar. Antes, tão independente. Agora... tão... E como a gente faz pra reverter essa situação? Não dá pra ser mandada a vida inteira. Você tem suas vontades, seus desejos - que foram tirados com o tempo. Sim, tirados. Foi mais fácil tirar seus desejos do que doces de crianças. E o que a gente faz com a dor? "Falta vida. 'Curtir (desfazer)'".
   Muito mais doloroso que isso tudo, é ver que a pessoa que você quer ao seu lado, não está feliz, está insegura. É doloroso ver que nada vai voltar ao normal, mesmo você tentando todos os dias. Não é só você que está confusa agora. Ele também está; por tudo que você disse, por todas as burradas que você fez. Por você não conseguir ser boa o suficiente para fazê-lo feliz. Por ele merecer coisa melhor do que você.

"(...) ou se és meu destino tentando me dar outra lição."