quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Não seria você.


    Eu não queria sentir por você o que sinto. Se eu tivesse como escolher, você não seria quem eu ia gostar. É que eu me vejo hoje tão rendida a esse sentimento. Me chateia muito sentir algo tão bonito por alguém que não faz a menor questão de sequer respeitar. Eu nunca te pedi para gostar de mim.
    O jeito que me evita, que me despista e que me ignora não me deixam triste, o que me entristece é o fato de ainda ser por você que sou evitada, despistada e ignorada, simplesmente porque é de você quem eu gosto ainda. Eu já congelei meu otimismo sobre nós dois. Já não é mais sobre quando a gente vai dar certo, é sobre eu querer me libertar dessa história.
    As coisas andam difíceis para o meu lado. Me sinto ainda muito idiota por me importar tanto com você, me machuco por dedicar atenção como se para você alguma coisa disso valesse a pena. Fico pensando como pode acontecer: enquanto conversamos, você minimiza minha janela do chat e abre outra que te empolga mais.
    Se eu pudesse escolher, sem dúvidas, não seria você.
    Eu nem falo sobre o quanto eu gostaria que sentissem por mim o que sinto, é muito mais sobre como eu gostaria de gostar de alguém que usa a sinceridade comigo. Porque o problema de você é esse: você me joga migalhas de esperanças como pessoas que alimentam pombos em praças. E eu me vejo lá desesperada atrás desses migalhas, relendo as mensagens e cavando sentimentos seus nas palavras que digita. É como se eu lesse os “=)” como um sinal de que estamos nos resolvendo. Só que eu penso isso sozinha.
    Menos mal que não me arrependo de nada. Não acho que exagerei ao te dizer o que eu sentia, tampouco me importo se te assustei com as minhas boas intenções. Já sofri por não dizer o que sentia e esse problema eu não vivo mais. Acho que quem se assusta e foge com uma declaração não está preparado para viver a parte boa da vida.
    Não me arrependo mas me frustro porque poderia ser outra pessoa e não você. O que me conforta é saber que o jeito que lida comigo me faz gostar cada dia um pouco menos.




"We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Hearts were never broken
And time's forever frozen still"

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

E me destruiu novamente.



    Oi. Sou sua ex.
    Na verdade, você é meu ex. Ex é aquele que antecede. Sou a sua ex, da ex, da ex, da ex, se é que isso existe. Depois de mim você ficou com várias e eu acompanhei tudo secretamente pelas redes sociais. Começamos a ter algo em 2014, e acabamos no mesmo ano. Foi um ano maluco, não acha? O mundo ia acabar, mas não acabou. Eu cheguei a pensar que a minha vida também fosse acabar, mas veja só, 2016 chegou e eu ainda estou aqui. Profecias erradas.
    Ficamos poucos meses, nunca havia me apaixonado tanto. Eu dormia sorrindo e acordava com um sorriso maior ainda, você era meu primeiro e último pensamento do dia. O nosso primeiro beijo arrepiou minha alma e você me fez perder o fôlego, lembra? Você tão incrivelmente lindo. Você tão incrivelmente seguro. Você. Só você.
    Mas, me destruiu e foi embora, partiu sem se importar. Frio. Calculista. "Homem foge sem prestar socorro", manchete da minha vida que já não tinha mais sentido. Fiquei em estado de choque. Comecei a fumar, e bebia pra não lembrar. E fumava pra tentar me acalmar, e bebia porque eu lembrava. E fumava porque não esquecia, bebia porque não me acalmava. Fumava cada vez mais e bebia pra tentar esquecer.
     Não esquecia e não me acalmava.
    Então comecei a sair, minhas amigas me arrastaram pra balada e eu te reencontrei por lá. Eu só queria te abraçar e dizer: me perdoa, errar é humano, vem ser só meu, vamos tentar outra vez (por mais que o erro fosse seu), mas você abraçou outra menina e beijou essa menina na minha frente.
     E me destruiu novamente.
    E eu bebi e fumei ainda mais. Eu tinha tantas perguntas pra te fazer, tinha tanta dor dentro de mim. Eu estava tão frágil e passei a ter raiva. Você estava tão vivo, enchendo o facebook de fotos com os amigos, o ciclo era sempre o mesmo, e eu fui murchando aos poucos, fui morrendo lentamente. Foquei na faculdade pra não morrer por inteiro. Acompanhei tudo de longe.
    Dispensei tanta gente que queria ficar comigo, tanta gente legal. Vesti um escudo e achei que todas as pessoas eram igualmente maldosas. E vi algumas pessoas querendo cuidar de mim, teve um que chorou e disse que queria me fazer feliz, pediu permissão e eu disse que não. E de tanto dizer não acabei dizendo sim, mas eu já não fumava mais. E eu bebi, mas dessa vez foi pra brindar porque eu me senti feliz e me peguei sorrinho sozinha. E voltei a amar, mas não era você. Você foi acabando dentro de mim, e eu passei a dar risada sobre tudo o que aconteceu. Bem que as pessoas me diziam que um dia eu iria rir disso tudo, e eu ri.
    Mas eu te reencontrei na balada. Que o mundo é sujo, eu sei, você me mostrou. Mas é possível sair ileso, basta ser bom, basta ser do bem, meu bem. E quando você me viu feliz com outro alguém, você me mandou mensagem. Disse que eu estou bonita e que o tempo me fez bem. E fez mesmo. Você pediu pra voltar e eu te ignorei. Mas você voltou dentro de mim e um tempo depois, eu terminei. E você apareceu. Há 1 ano atrás eu correria pros teus braços, hoje a unica coisa que eu tenho pra te oferecer é um "fica bem e seja feliz"
     Aproveita com verdade, uma vida de verdade.
    Nos reencontramos e ficamos, e mais uma vez você foi embora. Ou eu deixei você ir embora... porque eu prefiro não ter nada à ter só metade.
    Agora tá tudo tão vazio, não tenho mais vontade de pedir, ou dar carinho.
    Não tenho vontade nem de conhecer alguém.