terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobre a noite de segunda...


        Eu já falei pra mim, jurei até, que esse não seria pra você, e agora é.
       Gostaria de mais dias com você, como ontem. Gostaria que você me fizesse esquecer que tenho celular e que tenho vida fora do seu quarto, porque eu não quero voltar pra casa se essa não for a nossa. Quero mais dias onde os beijos são dados com emoção, devagarzinho, com uma mão na nuca e a outra puxando forte a pessoa pra perto. Eu assistiria O Justiceiro e Tropa de Elite (ou outros que você gosta), quantas vezes você quisesse, só pra eu ficar deitada no seu peito, escutando seu coração e recebendo seu carinho, além de ouvir sua voz no fundo me explicando o filme. Porque você sabe, eu não entendo muito bem alguns tipos de filmes. Ficaria ouvindo você contar quantas vezes aguentasse sobre o seu concurso da PM, que se Deus quiser, você entrará com sucesso.
       Meu bem, nenhum outro corpo tem graça como o seu tem (não há nada melhor do que esse seu sorriso safado em conjunto com suas covinhas, vindo pra cima de mim). Eu não quero outro sorriso, outro abraço, outra voz, outro beijo. Achar alguém que me faz bem é fácil, o difícil é achar alguém que faça meu coração bater mais forte. Eu só queria uma calmaria antes que viesse uma nova tempestade. Você é uma péssima ideia e eu faço questão de ignorar isso todos os dias.
       Abraçados, sentindo seu calor, eu descobri que dinheiro nenhum paga a nossa felicidade. Meu Deus, que diferença é estar nos seus braços, mesmo que por uma noite... Não há nada melhor do que a paz, não cansa, não machuca e não incomoda. Gostaria que você soubesse que às vezes eu sou séria e falo sério. Às vezes eu consigo concluir algumas ideias sem fazer palhaçada no meio. Adoraria que você soubesse que às vezes eu não sou tão doce, nem tão meiga. Mas com você estou sempre leve, alegre e doce. Sou sempre o melhor de mim. A gente até consegue ser feliz sozinho, mas é tão melhor ouvir o som de uma gargalhada no mesmo ritmo que a tua...
       Vem cá e deixa eu bagunçar teu cabelo, ser tua motorista e esquentar teus pés no frio. Vem cá me pegar no colo, me chamar de amor e atrapalhar meus estudos. Vem comigo pra eu rir da tua cara quando você falar que tá bravo e falar que você é lindo. Vem cá pra eu rir da tua cara e acabar concordando contigo quando você diz que não é medroso. Eu prometo que esse frio na barriga não vai passar e que o meu sorriso vai ser sempre sincero. Senta aqui do meu lado pra encenar as frases do Edward Cullen, me corrige e fica bravo por eu errar e ainda dizer "Ok, vamos começar de novo, agora eu acerto". Me deixa aqui, deitada, rindo da tua cara ao escutar seus super poderes (e a cada minuto você lembrar de um). Vem aqui, vamos nos ofender com aqueles apelidinhos carinhosos que inventamos um para o outro e usamos sempre. Vem cá, me enche de beijos e carinhos, me chama de amor. Deita aqui, vamos discutir sobre algo que você acha que tem razão, vamos perder a paciência um com o outro decidindo quem está certo, e finalmente, um encher o outro de beijos.
       Se eu te encher de beijos, promete que enche meu coração. Se eu te afastar de novo, diz que não vai não. Se eu disser que você é um idiota, me agarra e me dá um beijo. E se eu tentar desistir mais uma vez, diz no canto do ouvido que ainda tem jeito. Diz no meu ouvido novamente sobre os seus planos para o nosso casamento e principalmente a ideia de usar aquela moeda de cinquenta centavos. Ri da minha cara quando quero te abraçar mesmo depois de uma partida enorme de futebol.


"Loving can heal
Loving can mend your soul

And it's the only thing I know
I swear it will get easier
Remember that with every piece of ya
And it's the only we take with us when we die

We keep this love in this photograph
We made these memories for ourselves"




Não importa quantas vezes o nosso caminho se descruzem, no fim sempre vão chegar ao mesmo lugar.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Após a serra, mas além do mar


       Uma foto postada no Instagram, um comentário, o whatsapp piscando, quatro encontros, uma praia e uma despedida. "Mas que história maluca", pensou ela, com saudades das conversas, dos abraços e dos dois deitados no sofá do pequeno apartamento alugado dele, não muito mobiliado. Era um sábado de manhã, quando o celular dela tocou: uma notificação no Instagram. Colocou sua senha, encostou na mesa e esperou o 3G carregar seu aplicativo. Um comentário de um menino desconhecido. "O que será?", pensou consigo e encostou na mesa bebendo um gole de sua coca-cola. O comentário dizia: "É de Caraguatatuba?". "Não, não sou", respondeu na sua mente. Clicou na foto do menino e esperou o perfil carregar. Nos detalhes, tinha o número do whatsapp, e ela respondeu por lá. "Não, não sou".
       Conversaram por horas até descobrirem que estavam na mesma cidade, na mesma praia e em ruas paralelas. Marcaram de se encontrar em um quiosque, o mais próximo da casa deles onde um grupo de amigos estavam tocando pagode. Caminharam pela praia, conversaram, riram, se olharam. Sentaram em um lugar onde a visão para o mar era boa e a brisa era perfeita. Conversaram por mais um tempo até ela pegar o celular para conferir a hora. "Preciso ir", disse ela. Ele pegou na sua mão e se beijaram.
       Mais tarde, já em casa, ela pegou um copo de coca-cola e um pedaço de pão com vinagrete (sua família estava preparando um churrasco). Conectou seu celular no carregador e ligou-os na tomada da sala, indo logo após para a garagem onde todos estavam. Sentou, comeu e conversou. Contou as novidades - a caminhada - para suas tias e em seguida seu celular tocou. Mais uma notificação, onde na mensagem continha: "Estou indo para sua casa". Seu coração acelerou e sua respiração começou falhar. Não demorou cinco minutos e lá estava ele na frente de seu portão. Ela abriu um sorriso imediatamente e foi em direção a ele, abraçando-o. Os dois entraram, e sua família foi logo se apresentando. Ela ofereceu bebidas, e ele não quis tomar nada. Minutos depois, quando percebeu, ele e seu pai estavam na sala, conversando com empolgação. Se aproximou, e ficou de lado prestando atenção na conversa (coisas de militar, guerras, armas e tudo mais), quando os dois se despediram e ele pegou na sua mão levando-a para fora.
       Na calçada, ele convidou-a para uma caminhada, e foram. Atravessaram a praia pela areia pelo menos umas 3 vezes em quanto conversavam, e depois foram até a feirinha na praça. Pararam em praticamente todas as barraquinhas e encontraram os pais dele comprando um aviãozinho para seus dois irmãos, aproveitou e apresentou-a para eles. Após isso, sentaram em um banco no calçadão enquanto observavam o fluxo de pessoas e o movimento do mar que nessa noite estava mais calmo, o que era raro acontecer. Já era quase meia noite quando ele levou-a para casa.
       No dia seguinte, às oito horas da manhã ela e sua família já estavam na beira da praia. Sem cansar e no intervalo de poucos minutos, destravava seu celular para conferir as mensagens. Nada. Dois minutos depois destravava novamente: nada. E seus únicos pensamentos eram: "Será que meu 3G resolveu parar de funcionar logo agora? Ou será que ele já se cansou?". E quando desistiu do celular, ele tocou. "Onde você está? Estou indo te encontrar". Cinco minutos depois, ela o viu se aproximando e foi correndo ao seu encontro. Sentaram embaixo do guarda sol da sua família e ficaram um tempo conversando. Foram caminhar, e ele quis entrar no mar. Entraram no final da praia, onde havia um pequeno lago e as ondas eram calmas. Ficaram abraçados a todo momento, conversando sobre a vida e rindo. Parecia que se conheciam à anos.
      Depois de um tempo, sentaram-se na areia e continuaram a conversar. Ele chamou-a para conhecer seu apartamento, e foram. Entraram em silêncio, pois o apartamento de seus pais era em cima. Ele mostrou os cômodos do seu pequeno apartamento alugado, onde nem cama havia. Deitaram no sofá que havia na sala, e  ficaram abraçados conversando por um tempo, até que tudo foi esquentando e os "finalmentes" aconteceram. Após uma ducha e mais um tempo conversando, resolveram subir até o apartamento dos pais, onde ele ficou brincando com os irmãos e ela conversando com a mãe dele. "Ele é um militar. Se você quiser ficar com ele, terá que entender a distância e como funciona tudo isso, apoiando-o sempre". Ele a levou-a embora.
       E finalmente, o adeus, e junto, a distância. O "nunca mais" havia chego. Ela acordou com o seu celular tocando ás 09:00h. "Pode me encontrar no calçadão? Precisamos conversar.". Ela se arrumou rapidamente, e logo se encontraram, onde ficou sabendo que às 15:00h ele já iria para casa. Ficaram juntos desde então, o tempo que restava. Caminharam, se abraçaram, riram, foram até a feirinha onde ela comprou um filtro dos sonhos com a ajuda dele, e tiraram uma foto. Quando olharam o relógio, já eram 14:30h. Voltaram para o apartamento. Ela ficou sentada no quarto, só observando-o, enquanto ele terminava de arrumar suas coisas, e logo depois, ajudou-o a colocar suas malas no carro. Trancaram a casa e desceram até a calçada.
      Ela se despediu de todos e enquanto eles entravam no carro, os dois ficaram conversando abraçados, enquanto ela estava encostada em seu peito. Fizeram mil promessas, que na outra semana seriam quebradas. Se beijaram, como se depois de um tempo, fossem se beijar outra vez. Ele arrumou a franja dela, do jeito que gostava, após isso beijou sua testa e entrou no carro. Ela ficou na calçada, com os braços cruzados, olhando se afastarem, sem reação. Ela ficou parada uns minutos a mais, mesmo não sendo mais possível enxergar o carro. Respirou fundo, colocou as mãos no bolso e foi para sua casa.



"Staring at the bottom of your glass
Hopin one day you'll make a dream last
'Cuz dreams come slow and they go so fast
You see her when you close your eyes
Maybe onde day you'll understand why
Everything you touch surely, it dies"

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Vem, vambora...


       Eu realmente tava gostando da nossa história. Pena que era só eu. É incrível como eu já sentia que não acabaria bem. Mas não, eu tinha que tentar. Tinha que me jogar, assim. De corpo. De alma. Eu demorei pra aceitar que você tinha entrado na minha vida. Quando me dei conta, já tinha tomado parte da minha rotina, parte dos meus pensamentos, parte de mim. Já era tarde. E eu não havia me tornado nenhuma parte sua. Nenhum mero sentimento.
       Você foi um bom ator, e quando dizia gostar de mim, era só pra me manter afim. Você não deveria ter feito meu mundo ficar assim. Não deveria ter tornado meus dias melhores e a vida mais fácil. Você não deveria ter feito eu amar a pessoa que eu era quando estava com você. Por que ter chego até aqui, pra ir embora assim? Levando um pedaço de mim? Volta aqui. Me devolve. Só pra eu te ver mais uma vez. Te abraçar mais uma vez. Sentir seu cheiro mais uma vez. Vem, me devolve. Só pra eu achar que eu te tenho, mais uma vez.
       Eu queria ser sua. Queria ser a única, mas somente sua. Eu queria que fosse meu. Queria cuidar, proteger. Cantar pra você dormir e nunca mais acordar desse sonho que eu fiz pra ti. Vem. Ainda dá tempo.
       Aproveita. Aproveita enquanto é tempo. Aproveita enquanto você ainda tem um pedaço meu e enquanto eu ainda estou mergulhada na minha cama, em meio às lágrimas. Aproveita enquanto eu não me refaço. Enquanto não me acho. Enquanto você ainda me tem.


"Entre por essa porta agora, e diga que me adora... 
Você tem meia hora pra mudar a minha vida...
Vem, vambora... que o que você demora, é o que o tempo leva..."

domingo, 3 de agosto de 2014

O que há com você?


Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre. E você olhou do corredor e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer. Mas a gente combinou que não era amor. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu jeito é o melhor. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque sua voz fica ridícula brava. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso. Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E eu tenho vontade de ligar pra todos os outros e falar: "putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você?" Coitado. Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo. Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre. E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor. E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa ideia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro. Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.


"E agora vou mostrar que é bem maior do que todo o céu, bem mais quente que todo o sol, bem mais forte que todo o mar ..."

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O teu silêncio não traz paz.



       Eu só queria que você falasse. Não é pedir demais, é? Falar é tão simples. E acho que de tão simples, você desaprendeu como se faz. Bom, é mais ou menos assim: você vem, inspira muito ar, expira um terço dele, levanta a cabeça, estufa o peito, olha pra mim e fala. Só… fala. Te ver desenhando com os dedos atrás da minha nuca é gostoso, mas não facilita as coisas. Do que adianta você me encher de beijos e depois sair pela porta em silêncio? Eu preciso ouvir a sua voz. Falando, gritando, rasgando os ventos contrários, tanto faz. Eu só preciso ouvir, mesmo que não mude nada. Fala alguma coisa que quebre essa Era Glacial entre nós dois, por favor. Você apenas sorri enquanto eu tagarelo sílabas intermináveis sobre toda a minha vida, mesmo ela não sendo tão interessante assim. O problema é que eu não me contento em saber apenas como foi o seu dia ou o seu fim de semana na casa dos seus amigos. Eu quero saber também como foi o seu verão passado, o ultimo natal na casa dos seus pais, quando você ganhou o primeiro bichinho de estimação, onde aprendeu a jogar futebol e todas essas coisas memoráveis guardadas aí dentro. Isso tudo sem parecer uma policial investigativa louca, é claro. Eu só queria, na verdade, conhecer um pouco mais o teu passado pra me estabilizar no teu presente. Mas você não fala. Nada. Nem uma palavrinha. E eu sou obrigada a tentar decifrar os mil códigos que se escondem por detrás do seu “bem que a gente poderia se ver de novo, ein?”. O meu medo é não saber o que vem depois da interrogação. E você é o meu maior questionamento sem resposta alguma. Acho que, exatamente por isso, eu sempre acabo aceitando as suas suposições e silêncios. Eu volto, mesmo que você não fale. E eu sempre volto justamente pra te ouvir falar.
O teu silêncio não traz paz...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Há algo errado no paraíso, parte 4





É muito sentimento colocado em uma música só...


"então diga, que não vai sair da minha vida,
 diga que não passa de mentira, quando dizem que o amor morreu..."

sábado, 24 de maio de 2014

Duas vidas.


Em poucas palavras:
O que é seu, ninguém vai tirar. Independente da pessoa em que você se tornou. Independente de onde estivermos e com quem estivermos. Infelizmente, deixamos os monstros levar a inocência do nosso amor. Infelizmente.

sábado, 5 de abril de 2014

Vazio (sem necessidade de preenchimento)


Vazio (sem necessidade de preenchimento)
De alguma forma inexplicável
Todos nós, nascemos com um grande buraco
No meio do peito
Existencial, mas, que chega a ser notável

Jamais ninguém conseguiu explicar
As razões e os ''porquês''
De nascermos deste jeito

Ainda que este simples buraco
Não seja desconfortável
É normalmente considerado indesejável
E todo mundo tenta desesperadamente
Preenchê-lo com alguma coisa

Tem uns que não sabem nada em questão
E preenchem este vazio com críticas e religião
Outros, que não são muito normais
Acabam preenchendo o vazio
Com bens materiais

E tem aqueles que inutilmente

Querem preenchê-lo com coisa boas
E erroneamente
Acabam colocando outras pessoas

Eu prefiro deixar o meu como está

Sem pessoas, dúvidas, sem apego
Sem críticas, manias,esperanças ou medo

Aliás, tenho lá minhas vantagens
Posso ficar na frente da TV
Sem que ninguém fique reclamando

Sinto-me leve sempre que estou caminhando
Enquanto isso, vejo o peso
Que todos os outros trazem no peito

Literalmente, sou alguém
De coração aberto
Em todo caso
Um mero sentimento
não me causa arrepio

A melhor parte de tudo
É que se eu correr contra o vento
No ângulo certo
Ele faz até um assovio

Thiafra América

       Por isso, saiba que eu nunca deixei ninguém tomar o seu lugar nas minhas músicas favoritas, nas coisas da minha rotina, ou num simples dia que amanhece bonito, azul, sem nuvens, com o sol brilhando (que sempre lembrava nosso amor, calmo, sereno, tranquilo e bonito). Nós tomamos rumos diferentes, mas nunca, ninguém vai conseguir preencher o buraco que você deixou (e eu nem permitiria). Todo dia, toda manhã, toda tarde, toda noite, todo minuto, todo segundo, sempre falta alguma coisa. Sinto falta dos carinhos que me dava sem pedir, e do jeito sincero que me olhava. E de como gostava de me deixar irritada, só pra rir depois. Sinto falta da sua mão entrelaçada na minha e nós dois enrolados no seu edredom. Sinto falta na hora de dormir, quando dormíamos de conchinha, e eu acordava com o seu cheiro.
       Mesmo sendo tarde pra dizer tudo isso, muito obrigada por tudo. Nosso amor sempre foi sincero, apesar de tudo e da conspiração contra do universo. Talvez era pra ser assim. São apenas palavras no vento. Que nunca voltarão e nunca darão um jeito na situação. Só quero que saiba, que esse buraco, sempre vai existir. E ele é seu. Só seu.



       Um beijo infinito da mulher que ainda é a mesma, mas que agora, transborda saudade.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas.



       Alguém me perguntou se eu conhecia você, um milhão de memórias passaram pela minha mente e eu sussurrei: "Não mais". Admito que machucou, que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. Mas também admito que me fez olhar em frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão, e que se você se machuca muito, começa a não doer tanto.
       E foi tão bom constatar que não me atinge mais. Não me entristece, não me aborrece, não me tira o sono. Passa por mim, mas não me atravessa. Foi-se o tempo. E foi-se o tempo faz tempo! Não vale a pena viver no passado, só porque você sabe que lá tem segurança. Não se contente com pouco. Não se contente só porque tem conforto. Experimente o novo. Experimente novas conversas, novos lugares, novas pessoas. O novo assusta. Mas o novo trás paz. O novo, um dia, trará segurança de novo. Antes só, do que mal acompanhada.
       Chorar pra que? Vai te deixar feia, desarrumada, e assim você nunca vai encontrar alguém que te namore. Brigar pra que se você já viu que não tem mais solução? Viver no passado pra que? Então abre um sorriso nesse rosto, passa uma maquiagem, põe uma roupa bem curta, e vem! Vem que a vida te espera!


      Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo, e procure alguém que te transborde!


       E já dizia um velho sábio: "Se benze, porque sua felicidade ainda vai ofender muita gente!"

Quem é de mentira, não sabe como é bom ser de verdade.


        Eu gosto de gente que sabe aproveitar a vida. Simples assim. Gosto de gente que sabe viver. Gosto de gente que dança (em qualquer lugar, e que não liga pra imagem que está passando ou quem está por perto - dança porque quer, porque se sente bem). Gente que canta (também em qualquer lugar), gente que não se importa para as coisas que os outros gostam (gostam das suas coisas, simplesmente porque gostam, e não pra se aparecer). Gente que não quer seguir ninguém, que simplesmente segue sua vida, segue o que quer, o que gosta, o que faz bem. Gosto de gente que me faz bem, que me arranca sorrisos fáceis. Gosto de gente que sabe ser gente de verdade.
       Gosto de gente que trás paz, que carrega sossego e só coisas boas no peito. Porque é tão bom estar em paz, transbordar paz. Existem coisas que só o coração sabe lidar. Parece que tem gente que vem ao mundo com paz no abraço, luz no sorriso e cura no olhar. Gente que não sufoca. Usa o riso contra a desesperança. Gente que só edifica e sabe o que é ser do bem. Que não chega na nossa vida só de passagem. Vem para ser nosso chão. Gente cheia de Deus.
       Quem é de verdade, sabe quem é de mentira. Quem é de verdade, não entende quem é de mentira. E quem é de mentira, não sabe como é bom ser de verdade.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Saudade não traz ninguém de volta.


       Ultimamente, vejo muita coisa errada ao meu redor. Muita gente dando valor ao que não precisa ser dado, e desprezando o que mais se precisa agarrar com as duas mãos. A pergunta é: o que fazer quando você não tem mais "aquela pessoa"? Dá vontade voltar no tempo e fazer tudo o que você não fez, só pra ter ela de volta.
       Eu tenho vontade de voltar no tempo, só pra sentir o calor dos seus braços entrelaçados no meu corpo quando a gente estava deitado na sua cama, vontade de sentir aquelas cócegas que você me fazia, só pra me ver brava e me achar linda. E depois disso, fazer amor. Vontade de quando fazíamos brigadeiro juntos, e você ria de mim por eu não saber abrir a lata do leite condensado. Saudade de quando dormíamos juntos e eu acordava ao seu lado, cada vez mais apaixonada. Saudade dos nossos abraços apertados de saudade, depois de longas horas sem se ver. Saudade de você. Saudade da gente. Saudade de mim.
       É, saudade de mim, acredita? Mesmo sendo feliz, faltava alguma coisa. E essa "alguma coisa", era eu. Dá pra acreditar? Sim, eu. Porque amor é vôo. "Deixe livre; se voltar, é seu. Se não voltar, nunca foi".


Valorize. Saudade não traz ninguém de volta.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Do diário de Maria, parte 2



Do diário de Maria:


Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto do céu, alegrar quem o observasse. Um dia, uma mulher viu este pássaro e se apaixonou por ele. Ficou olhando o seu vôo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rápido, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. 
Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro. 
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro. 
E sentiu-se sozinha. 
E pensou: "Vou montar uma armadilha. A próxima vez que o pássaro surgir, ele não mais partirá." 
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola. Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objeto de sua paixão, e ela mostrava para suas amigas, que comentavam: Mas você é uma pessoa que tem tudo. Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava conquistá-lo, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido de sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio - e a mulher já não prestava mais atenção nele, apenas na maneira como o alimentava e como cuidava de sua gaiola. 
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e vivia pensando nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens. 
Se ela observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico. Sem o pássaro, sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater à sua porta. 
"Por que você veio?" perguntou à morte. 
"Para que você possa voar de novo com ele nos céus" respondeu a morte. "Se o tivesse deixado partir e voltar sempre, você o amaria e o admiraria ainda mais, - entretanto, agora você precisa de mim para poder encontrá-lo de novo."