terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobre a noite de segunda...


        Eu já falei pra mim, jurei até, que esse não seria pra você, e agora é.
       Gostaria de mais dias com você, como ontem. Gostaria que você me fizesse esquecer que tenho celular e que tenho vida fora do seu quarto, porque eu não quero voltar pra casa se essa não for a nossa. Quero mais dias onde os beijos são dados com emoção, devagarzinho, com uma mão na nuca e a outra puxando forte a pessoa pra perto. Eu assistiria O Justiceiro e Tropa de Elite (ou outros que você gosta), quantas vezes você quisesse, só pra eu ficar deitada no seu peito, escutando seu coração e recebendo seu carinho, além de ouvir sua voz no fundo me explicando o filme. Porque você sabe, eu não entendo muito bem alguns tipos de filmes. Ficaria ouvindo você contar quantas vezes aguentasse sobre o seu concurso da PM, que se Deus quiser, você entrará com sucesso.
       Meu bem, nenhum outro corpo tem graça como o seu tem (não há nada melhor do que esse seu sorriso safado em conjunto com suas covinhas, vindo pra cima de mim). Eu não quero outro sorriso, outro abraço, outra voz, outro beijo. Achar alguém que me faz bem é fácil, o difícil é achar alguém que faça meu coração bater mais forte. Eu só queria uma calmaria antes que viesse uma nova tempestade. Você é uma péssima ideia e eu faço questão de ignorar isso todos os dias.
       Abraçados, sentindo seu calor, eu descobri que dinheiro nenhum paga a nossa felicidade. Meu Deus, que diferença é estar nos seus braços, mesmo que por uma noite... Não há nada melhor do que a paz, não cansa, não machuca e não incomoda. Gostaria que você soubesse que às vezes eu sou séria e falo sério. Às vezes eu consigo concluir algumas ideias sem fazer palhaçada no meio. Adoraria que você soubesse que às vezes eu não sou tão doce, nem tão meiga. Mas com você estou sempre leve, alegre e doce. Sou sempre o melhor de mim. A gente até consegue ser feliz sozinho, mas é tão melhor ouvir o som de uma gargalhada no mesmo ritmo que a tua...
       Vem cá e deixa eu bagunçar teu cabelo, ser tua motorista e esquentar teus pés no frio. Vem cá me pegar no colo, me chamar de amor e atrapalhar meus estudos. Vem comigo pra eu rir da tua cara quando você falar que tá bravo e falar que você é lindo. Vem cá pra eu rir da tua cara e acabar concordando contigo quando você diz que não é medroso. Eu prometo que esse frio na barriga não vai passar e que o meu sorriso vai ser sempre sincero. Senta aqui do meu lado pra encenar as frases do Edward Cullen, me corrige e fica bravo por eu errar e ainda dizer "Ok, vamos começar de novo, agora eu acerto". Me deixa aqui, deitada, rindo da tua cara ao escutar seus super poderes (e a cada minuto você lembrar de um). Vem aqui, vamos nos ofender com aqueles apelidinhos carinhosos que inventamos um para o outro e usamos sempre. Vem cá, me enche de beijos e carinhos, me chama de amor. Deita aqui, vamos discutir sobre algo que você acha que tem razão, vamos perder a paciência um com o outro decidindo quem está certo, e finalmente, um encher o outro de beijos.
       Se eu te encher de beijos, promete que enche meu coração. Se eu te afastar de novo, diz que não vai não. Se eu disser que você é um idiota, me agarra e me dá um beijo. E se eu tentar desistir mais uma vez, diz no canto do ouvido que ainda tem jeito. Diz no meu ouvido novamente sobre os seus planos para o nosso casamento e principalmente a ideia de usar aquela moeda de cinquenta centavos. Ri da minha cara quando quero te abraçar mesmo depois de uma partida enorme de futebol.


"Loving can heal
Loving can mend your soul

And it's the only thing I know
I swear it will get easier
Remember that with every piece of ya
And it's the only we take with us when we die

We keep this love in this photograph
We made these memories for ourselves"




Não importa quantas vezes o nosso caminho se descruzem, no fim sempre vão chegar ao mesmo lugar.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Após a serra, mas além do mar


       Uma foto postada no Instagram, um comentário, o whatsapp piscando, quatro encontros, uma praia e uma despedida. "Mas que história maluca", pensou ela, com saudades das conversas, dos abraços e dos dois deitados no sofá do pequeno apartamento alugado dele, não muito mobiliado. Era um sábado de manhã, quando o celular dela tocou: uma notificação no Instagram. Colocou sua senha, encostou na mesa e esperou o 3G carregar seu aplicativo. Um comentário de um menino desconhecido. "O que será?", pensou consigo e encostou na mesa bebendo um gole de sua coca-cola. O comentário dizia: "É de Caraguatatuba?". "Não, não sou", respondeu na sua mente. Clicou na foto do menino e esperou o perfil carregar. Nos detalhes, tinha o número do whatsapp, e ela respondeu por lá. "Não, não sou".
       Conversaram por horas até descobrirem que estavam na mesma cidade, na mesma praia e em ruas paralelas. Marcaram de se encontrar em um quiosque, o mais próximo da casa deles onde um grupo de amigos estavam tocando pagode. Caminharam pela praia, conversaram, riram, se olharam. Sentaram em um lugar onde a visão para o mar era boa e a brisa era perfeita. Conversaram por mais um tempo até ela pegar o celular para conferir a hora. "Preciso ir", disse ela. Ele pegou na sua mão e se beijaram.
       Mais tarde, já em casa, ela pegou um copo de coca-cola e um pedaço de pão com vinagrete (sua família estava preparando um churrasco). Conectou seu celular no carregador e ligou-os na tomada da sala, indo logo após para a garagem onde todos estavam. Sentou, comeu e conversou. Contou as novidades - a caminhada - para suas tias e em seguida seu celular tocou. Mais uma notificação, onde na mensagem continha: "Estou indo para sua casa". Seu coração acelerou e sua respiração começou falhar. Não demorou cinco minutos e lá estava ele na frente de seu portão. Ela abriu um sorriso imediatamente e foi em direção a ele, abraçando-o. Os dois entraram, e sua família foi logo se apresentando. Ela ofereceu bebidas, e ele não quis tomar nada. Minutos depois, quando percebeu, ele e seu pai estavam na sala, conversando com empolgação. Se aproximou, e ficou de lado prestando atenção na conversa (coisas de militar, guerras, armas e tudo mais), quando os dois se despediram e ele pegou na sua mão levando-a para fora.
       Na calçada, ele convidou-a para uma caminhada, e foram. Atravessaram a praia pela areia pelo menos umas 3 vezes em quanto conversavam, e depois foram até a feirinha na praça. Pararam em praticamente todas as barraquinhas e encontraram os pais dele comprando um aviãozinho para seus dois irmãos, aproveitou e apresentou-a para eles. Após isso, sentaram em um banco no calçadão enquanto observavam o fluxo de pessoas e o movimento do mar que nessa noite estava mais calmo, o que era raro acontecer. Já era quase meia noite quando ele levou-a para casa.
       No dia seguinte, às oito horas da manhã ela e sua família já estavam na beira da praia. Sem cansar e no intervalo de poucos minutos, destravava seu celular para conferir as mensagens. Nada. Dois minutos depois destravava novamente: nada. E seus únicos pensamentos eram: "Será que meu 3G resolveu parar de funcionar logo agora? Ou será que ele já se cansou?". E quando desistiu do celular, ele tocou. "Onde você está? Estou indo te encontrar". Cinco minutos depois, ela o viu se aproximando e foi correndo ao seu encontro. Sentaram embaixo do guarda sol da sua família e ficaram um tempo conversando. Foram caminhar, e ele quis entrar no mar. Entraram no final da praia, onde havia um pequeno lago e as ondas eram calmas. Ficaram abraçados a todo momento, conversando sobre a vida e rindo. Parecia que se conheciam à anos.
      Depois de um tempo, sentaram-se na areia e continuaram a conversar. Ele chamou-a para conhecer seu apartamento, e foram. Entraram em silêncio, pois o apartamento de seus pais era em cima. Ele mostrou os cômodos do seu pequeno apartamento alugado, onde nem cama havia. Deitaram no sofá que havia na sala, e  ficaram abraçados conversando por um tempo, até que tudo foi esquentando e os "finalmentes" aconteceram. Após uma ducha e mais um tempo conversando, resolveram subir até o apartamento dos pais, onde ele ficou brincando com os irmãos e ela conversando com a mãe dele. "Ele é um militar. Se você quiser ficar com ele, terá que entender a distância e como funciona tudo isso, apoiando-o sempre". Ele a levou-a embora.
       E finalmente, o adeus, e junto, a distância. O "nunca mais" havia chego. Ela acordou com o seu celular tocando ás 09:00h. "Pode me encontrar no calçadão? Precisamos conversar.". Ela se arrumou rapidamente, e logo se encontraram, onde ficou sabendo que às 15:00h ele já iria para casa. Ficaram juntos desde então, o tempo que restava. Caminharam, se abraçaram, riram, foram até a feirinha onde ela comprou um filtro dos sonhos com a ajuda dele, e tiraram uma foto. Quando olharam o relógio, já eram 14:30h. Voltaram para o apartamento. Ela ficou sentada no quarto, só observando-o, enquanto ele terminava de arrumar suas coisas, e logo depois, ajudou-o a colocar suas malas no carro. Trancaram a casa e desceram até a calçada.
      Ela se despediu de todos e enquanto eles entravam no carro, os dois ficaram conversando abraçados, enquanto ela estava encostada em seu peito. Fizeram mil promessas, que na outra semana seriam quebradas. Se beijaram, como se depois de um tempo, fossem se beijar outra vez. Ele arrumou a franja dela, do jeito que gostava, após isso beijou sua testa e entrou no carro. Ela ficou na calçada, com os braços cruzados, olhando se afastarem, sem reação. Ela ficou parada uns minutos a mais, mesmo não sendo mais possível enxergar o carro. Respirou fundo, colocou as mãos no bolso e foi para sua casa.



"Staring at the bottom of your glass
Hopin one day you'll make a dream last
'Cuz dreams come slow and they go so fast
You see her when you close your eyes
Maybe onde day you'll understand why
Everything you touch surely, it dies"